Poi zé amigos, estou devolta nesse ambiente ignorado por muito tempo. Isso tudo em função de um curto espaço de tempo, uma caminhada até o centro da cidade nessa manhã a fim de fazer minha carteira da estudante, que nem estava funcionando "é, meu amigo de longas datas, o azar"!
Um fato um tanto obscuro me fez querer postar.
Estava eu indo em direção ao centro "um pouco próximo da minha casa" e eu no meu velho costume de andarilhar, isso com o indispensável headfone e minha playlist no celular.
Estava eu ouvindo uma banda chamada Aibourne "pra mim, uma cópia barata, mas legal, do grandioso AC/DC", as musicas ja eram as finais e passou pra outra album, de uma banda de metal que eu considero ULTRAMEGAPOWERFUCKING DO CARALHO. Uma banda carioca que eu tive o prazer de curtir no maior show de rock/metal da Bahia "palco do rock" deste ano, é a banda CONFRONTO! Eis que começou a rolar a primeira faixa do album sanctuarim, uma das minhas preferidas, a música "ABOLIÇÃO", e eu bem satisfeito até que num trecho da música, esse seguinte:
Nosso povo esquecido, oprimido e fuzilado!
Sobrevivendo ao ciclo da morte!
Irmãos e irmãs, humanos e não humanos!
Destroçados e aniquilados pelo Estado!
Sobrevivendo ao ciclo da morte!
Irmãos e irmãs, humanos e não humanos!
Destroçados e aniquilados pelo Estado!
Eis que neste exato trecho, eu me desligando um pouco do meu transe musical, que é bem mais forte com essa banda e toda sua crítica social pesada, começo a voltar pro meu mundo. E de repente eu começo a notar algo diferente ao meu redor. Pessoas se aglomerando, olhares numa única direção , viatura policial...aí então eu pauso o celular e aderindo ao meu "curiosismo" tão comum aos humanos, vou em direção ao centro das atenções e tá lá.
Um cadáver estirado, supostamente de um morador de rua, pré-julgando pelas suas vestes...
Aí então começei a refletir o suposto "valor" das nossas vidas.
Mas que valor?
Valor que nem nós mesmos damos as nossas vidas, quem dirá as outras pessoas!
Aquilo era uma vida, igual a minha, igual a sua
Mesmo com diferenças sociais, ideológicas ou quaisquer outras, o mesmo ar, fundamental pra nos manter vivos, alimentam nossas vidas.
Nossos pés marcam o mesmo solo.
Daí então eu decido seguir meu caminho, dou play de novo no meu celular e então me vem esse trecho do resto da música:
Corpos no chão, despedaçados.
Sempre estivemos presentes!
Senzalas, Chiapas, Sem Terras,
Negros, Índios e Pobres.
Industria da morte, do sangue nos abatedouros.
Morte dos terráqueos que habitam a terra!
Sempre estivemos presentes!
Senzalas, Chiapas, Sem Terras,
Negros, Índios e Pobres.
Industria da morte, do sangue nos abatedouros.
Morte dos terráqueos que habitam a terra!
Vou deixar o vídeo do áudio"haha" dessa música pra quem quiser ouvir, seguido da letra na íntegra, super recomendo a banda!
Abolição
Confronto
Acorrentados estamos, presos sempre estivemos
Resistindo, corpos putrefatos,
Alma morta, renascendo
Nosso povo esquecido, oprimido e fuzilado!
Sobrevivendo ao ciclo da morte!
Irmãos e irmãs, humanos e não humanos!
Destroçados e aniquilados pelo Estado!
Corpos no chão, despedaçados.
Sempre estivemos presentes!
Senzalas, Chiapas, Sem Terras,
Negros, Índios e Pobres.
Industria da morte, do sangue nos abatedouros.
Morte dos terráqueos que habitam a terra!
Interligados e relacionados ao processo matador.
Planeta morto!
Senzalas, Chiapas, Sem Terras
Negros, Índios e Pobres,
Industria da morte, do sangue nos abatedouros
Morte dos "terráqueos" que habitam a terra!
Mercadorias que alimentam o ciclo da escravidão.
Correntes abertas, jaulas vazias
Terras ocupadas. Abolição!
Resistindo, corpos putrefatos,
Alma morta, renascendo
Nosso povo esquecido, oprimido e fuzilado!
Sobrevivendo ao ciclo da morte!
Irmãos e irmãs, humanos e não humanos!
Destroçados e aniquilados pelo Estado!
Corpos no chão, despedaçados.
Sempre estivemos presentes!
Senzalas, Chiapas, Sem Terras,
Negros, Índios e Pobres.
Industria da morte, do sangue nos abatedouros.
Morte dos terráqueos que habitam a terra!
Interligados e relacionados ao processo matador.
Planeta morto!
Senzalas, Chiapas, Sem Terras
Negros, Índios e Pobres,
Industria da morte, do sangue nos abatedouros
Morte dos "terráqueos" que habitam a terra!
Mercadorias que alimentam o ciclo da escravidão.
Correntes abertas, jaulas vazias
Terras ocupadas. Abolição!
Os nossos pés podem até pisar o mesmo solo, mas certamente o pé desse suposto morador de rua era leve demais, de modo a suas pegadas serem meio invisibilizadas, né... Vai saber.
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